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Um método simples e poderoso para avaliar ideias de negócio

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Nos últimos anos, um método empreendedor experimental e viável para prototipação de ideias tem se popularizado, principalmente nos negócios relacionados ao empreendedorismo criativo.

O empreendedor coloca as ideias em prática, testa seu conceito no mercado e, dependendo da receptividade dos clientes, altera, melhora, ou descarta o que fez e tenta de novo.

Ao invés de analisar em detalhes a oportunidade, como sugere o processo empreendedor tradicional, no método efectual o empreendedor cria a oportunidade.

Naturalmente, esse tipo de abordagem não é aplicável para todo tipo de negócio, principalmente naqueles casos nos quais um planejamento criterioso deve ser feito e o investimento necessário extrapola a capacidade financeira do empreendedor.

Ou seja, quando se tem uma perda em potencial acima da capacidade de arcar com o prejuízo (em caso de não dar certo o negócio) por parte do empreendedor.

O método efectual foca em três perguntas chave:

  1. Quem sou?
  2. O que eu sei?
  3. Quem eu conheço?

As perguntas indicam ao empreendedor que ele deve avaliar o que tem em mãos para começar a empresa. Um resumo seria: comece a partir do que você possui e então parta para a ação.

Esta abordagem indica ainda ao empreendedor que ele não deve ficar esperando pela oportunidade ideal e que não adote a estratégia de buscar o que não tem em outros lugares (por exemplo, a incessante busca por investimento, que muitos empreendedores fazem e nem sempre são bem sucedidos na empreitada).

As variáveis estão mais sob o controle do empreendedor, mas sua capacidade de escalabilidade é limitada, dependendo das respostas às perguntas. Quem sou não se refere apenas a autoanálise de perfil do empreendedor, mas suas crenças e valores etc.

A pessoa do empreendedor é o principal ativo do negócio, além das pessoas que atrairá para compor a equipe que desenvolverá a empresa com ele. O que sei refere-se ao conhecimento e experiência do empreendedor.

Por exemplo, você terá muito mais chances de sucesso ao criar um negócio que requer conhecimento técnico caso sua área de atuação e formação sejam condizentes com este tipo de negócio.

Aliado a isso, deve ser considerada ainda a sua capacidade de gerir o negócio, ou seja, seu conhecimento administrativo e de gestão. Quem eu conheço refere-se às suas relações interpessoais, à sua rede de contatos.

Os empreendedores mais experientes sabem que nutrir e desenvolver a rede de contatos é tão importante quanto qualquer outra atividade do negócio. As pessoas que você conhece ao longo da vida abrem as portas para novas oportunidades e o auxiliam a superar os desafios.

Após responder às três perguntas, o empreendedor deve definir quais são suas perdas aceitáveis, ou seja, o que ele está disposto a perder. Note que o processo tradicional de planejar para atingir um objetivo não se aplica neste caso.

Mais que pensar no que você quer ganhar deve-se pensar no que você está disposto a perder. Essa regra pode ser resumida como em uma situação na qual você joga um jogo onde os resultados são imprevisíveis.

O conselho é que você siga duas regras:

  1. Não aposte mais do que você pode esperar como retorno.
  2. Não aposte mais do que você está disposto a perder.

De fato, a ideia aqui é que você defina o que está disposto a perder de dinheiro, tempo (ou período sem ganhos, por exemplo), oportunidades no mercado de trabalho (ao se dedicar ao negócio próprio você fecha as portas para oportunidades de trabalho como empregado, por exemplo) etc.

Parece simples, mas há bastante risco nesta abordagem. Se não houver comprometimento do empreendedor, a perda que ele definiu como aceitável pode ser maior que o esperado.

Como você lidará com situações imprevisíveis, deverá ter alta tolerância a situações ambíguas, incertas, e não terá como prever o futuro, já que não planejou ou não conseguiu planejar.

Como muitos empreendedores têm grande dificuldade de concatenar informações e prever o que ocorrerá no mercado nos próximos anos, acabam por não planejar adequadamente ou não conseguem de fato planejar.

O método efectual acaba sendo uma boa alternativa nestes casos, mas lembrando das ressalvas já apresentadas. Há alto grau de risco neste método, apesar de muito utilizado, mesmo que informalmente, pelos empreendedores.

Esta coluna foi escrita com base no livro Empreendedorismo para visionários.

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