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O lado obscuro da definição de metas

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Muitos empreendedores e executivos são adeptos da definição de metas ousadas em suas atividades profissionais. Afinal, é a essência do planejamento estratégico que a maioria dos negócios tem como referência para crescer.

Ousadia é a palavra de ordem de grandes empreendedores do próprio negócio ou corporativos, já que se buscam, com isso, resultados mais robustos, apesar dos riscos inerentes aos desafios do crescimento.

Por isso, é natural que os líderes atribuam às suas equipes metas também ousadas, mais e mais vezes, sempre tentando obter ganhos de performance. Porém, há uma linha tênue que pode separar a ousadia de atividades menos nobres e até antiéticas.

Isso é o que descobriram David T. Welsh da Universidade de Washington e Lisa D. Ordóñez da Universidade do Arizona ao realizar um experimento com pessoas em uma série de atividades aritméticas.

Os participantes que receberam as metas mais difíceis de maneira progressiva trapacearam 84% mais do que a média. Sob pressão, muitas pessoas tendem a fazer de tudo para atingir suas metas, ultrapassando limites racionais e éticos.

A conclusão dos pesquisadores é que, embora metas ousadas possam aumentar a performance, os gestores deveriam estar cientes das possíveis consequências negativas para as empresas.

O fato é que não existe uma receita pronta que possa ser aplicada a toda organização e equipe, mas não é difícil encontrar exemplos em empresas de todos os portes de pessoas que trapaceiam para atingir resultados.

O empreendedor líder deve se precaver desse tipo de comportamento dando exemplos e criando condutas éticas sólidas e sérias em suas empresas. Isso não é comum em empresas brasileiras, talvez por se partir da premissa de que as pessoas saibam até onde podem ir e o limite de suas atitudes.

Mas não seria uma má ideia deixar explícito a todos na organização ainda nascente as crenças e valores daqueles que a criaram e a partir dos quais se espera que a empresa cresça.

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