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Incentivo social tem mais impacto na produtividade do que alta no salário

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Em momentos nos quais as empresas precisam de mais resultados, enxugar custos e aumentar a produtividade, o que muitos empresários fazem é dar incentivos aos funcionários, principalmente com aumentos de salário variável, bônus e prêmios. Mas há outros caminhos mais eficazes.

Em um experimento, metade dos estudantes universitários que foram contratados para realizar uma tarefa entediante e repetitiva – alimentar um banco de dados com informações bibliográficas – mostraram-se dispostos a sacrificar parte dos seus ganhos para aumentar as doações de seu empregador para a caridade (associações, ONGs etc).

O estudo foi realizado por Mirco Tonin e Michael Vlassopoulos da Universidade de Southampton, no Reino Unido. Além disso, os pesquisadores identificaram que os incentivos sociais aumentam a produtividade média dos trabalhadores em 13%.

Segundo os pesquisadores, tais incentivos fazem com que os funcionários se identifiquem mais com o trabalho.

Naturalmente, deve haver um casamento entre os valores pessoais dos funcionários com os da empresa, ou seja, pessoas mais altruístas entendem que colaborar com entidades de caridade é algo positivo.

Isso implica em atrair para a empresa, desde o início, funcionários que pensam como os donos, desde que esses também sejam adeptos de ajudar ao próximo.

Já apenas usar incentivos sociais momentâneos como artifício para aumentar a produtividade pode ser até prejudicial, caso os funcionários entendam que se trata de uma estratégia deliberada que não visa de fato ajudar os outros.

Nota-se, principalmente nos mais jovens, anseios de mudar o mundo, de buscar um local de trabalho mais harmônico e, principalmente, encontrar empregadores que tenham uma visão e valores compatíveis com os seus.

Muitos desses jovens inclusive têm se dedicado como nunca ao terceiro setor, pois buscam a felicidade no trabalho e a sensação de fazer algo que seja útil para si e para os demais como um mantra a ser seguido para a vida.

Paradoxalmente, no mundo corporativo, o desafio das empresas mais bem estabelecidas é o de perpetuar seu domínio nos mercados onde atuam, e muitas o fazem de maneira predatória, sem medir consequências.

O empreendedorismo socialmente responsável pode ser o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária, mas para isso os empreendedores precisam não só pensar grande, como pensar em distribuir a riqueza que conquistam. Quem faz isso afirma que é mais feliz.

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