A difícil decisão de parar
Parar ou descontinuar o negócio nunca passa pela cabeça do empreendedor. Mesmo quando as coisas não vão bem, o otimismo leva o empreendedor a pensar que haverá uma reversão na situação e logo o negócio começará a mostrar sinais de recuperação.
O problema é que muitas vezes este comportamento pode não só levar a empresa a prejuízos maiores e quebrar com dívidas ainda mais graves, como também acabar com o patrimônio pessoal do empreendedor.
Mas quando tomar a decisão de parar? Quais os sintomas que indicam que o negócio não tem salvação?
Não existe uma regra rígida, mas se o empreendedor planejou o negócio desde o início ele terá métricas para acompanhar o seu desenvolvimento e poderá determinar quais são as situações limítrofes, aquelas nas quais não há alternativa e a decisão de parar se torna a atitude mais sensata.
Um exemplo comum é quando a empresa depende de um grande cliente (por exemplo, com pelo menos 70% de sua receita decorrendo de uma única fonte pagadora) e o contrato com esse cliente é descontinuado.
Quando o empreendedor é avisado com antecedência da decisão do cliente de não continuar a comprar, em teoria pode-se tentar alternativas para recuperar a receita que era garantida, mas nem sempre isso é possível.
Muitas empresas quebram em situações como essa e descontinuar a empresa pode ser a única saída. Há outros exemplos, como investir pesadamente em produtos que não emplacam; ter muitos clientes importantes que ficam inadimplentes e levam a sua empresa a ficar no vermelho etc.
Não há nada de errado em descontinuar um negócio se esta for a melhor decisão. Pior seria continuar com um negócio sem condições de crescer e dar lucros. Em todo mundo a maioria dos empreendedores quebra ou descontinua de um a três negócios em toda a vida.
Não é por isso que você deva ter uma história destas no currículo, mas caso isso ocorra saiba que você não faz parte de um pequeno grupo de pessoas.
Mesmo sabendo que o fracasso pode ocorrer e que errar faz parte do processo de aprendizagem do empreendedor, mitigue seus riscos pessoais e tenha reservas financeiras para adversidades como estas, pois você pode precisar.
Esta coluna foi escrita com base no livro Empreenda (quase) sem dinheiro.